sábado, 16 de julho de 2016

Um pingo de esperança

Após este último exame que nos tinha dado tanto desespero, parece que eu passei viver em um estado de quase anestesia. É estranho pensar, mas há momentos que o sofrimento é tão intenso que se torna praticamente impossível pensar nele. Se eu continuasse ter a real noção do que aquele exame morfológico poderia indicar, talvez realmente não teria conseguido. Este exame simplesmente iria mostrar se o meu filho tinha outras má formações além daquela que tinha sido apontada no exame inicial e isto realmente poderia indicar se ele teria chance ou não de sobreviver. Aqueles minutos na sala de espera parecia uma eternidade. Me recordo que quando o médico me chamou para o exame, meu coração parecia que iria parar. Impossível concatenar qualquer pensamento naquele momento, impossível organizar alguma oração que pudesse amenizar a aflição que estava meu coração. Após verificar detalhadamente o exame, o médico disse que não tinham sido verificadas outras alterações e que meu filho tinha cerca de 90% de chance de sobrevida. Meu coração queria ficar aliviado e acreditar que o pior já tinha passado, mas infelizmente eu não conseguia. Algo me dizia que o final da  estória ainda não tinha chegado. Após o exame, conversamos com uma psicóloga que falou que iria nos acompanhar nas outras consultas e que foi bastante gentil para aquele momento tão difícil.